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CARREIRA

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TECNOLOGIA: SUBSTANTIVO FEMININO




Não dá mais para imaginar homens "nerds" que usam óculos e criam robozinhos desde criança quando falamos sobre Tech. Esse título é proposital. Precisamos reprogramar nossa cabeça quando falamos sobre tecnologia.


A participação de mulheres nas Ciências da Computação começou muito bem, mas foi caindo ao longo dos anos. A primeira turma de Ciências da Computação do Instituto de Matemática e Estatística (IME), em São Paulo, tinha 70% de participação feminina. Já na turma de 2016 as mulheres representavam apenas 15%.


Mesmo com inúmeros avanços na igualdade de gênero, os gargalos de atração e retenção de mulheres em posições nesse setor ainda são enormes: Em 2019, as mulheres representavam, no máximo, 20% das equipes de trabalho em 64,9% dos casos. Em 2022, um levantamento feito pela Catho revelou que as mulheres ocupam 23,6% das posições nesse setor, enquanto os homens ocupam 76,4%. Nas posições de liderança esse número é ainda pior, as mulheres são apenas 11% das lideranças globais e 16% na América Latina. Além disso, há disparidade salarial que alcança 36%.


A representatividade feminina no mercado de Tech sempre foi um tema de importante discussão. Ainda estamos muito distantes de um cenário de equidade, mesmo diante da implementação da Agenda ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa, do inglês Environmental, Social and Governance). Esse é um fenômeno complexo, que possui uma série de fatores interconectados como:


Estereótipos de gênero: Desde muito cedo, meninas são influenciadas por estereótipos culturais e sociais que associam áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) a interesses masculinos. Esses estereótipos podem desencorajar as mulheres a considerar carreiras e cursos tecnológicos, limitando suas aspirações profissionais. Com isso, esses ambientes se tornam predominantemente masculinos e afastam ainda mais as mulheres, como vimos acima.


Falta de representatividade: A ausência de mulheres em posições de liderança na indústria tecnológica pode afetar a percepção sobre suas possibilidades de carreira. Além disso, a cultura predominantemente masculina contribui para ambientes de trabalho que podem ser hostis.


Síndrome de impostora: Muitas mulheres não se sentem capacitadas para as posições que ocupam nesse setor. Das juniores às seniores, há grandes chances delas terem baixa autoconfiança e baixa autoestima.

Recrutamento e Seleção com viés: Vieses inconscientes são preconceitos sutis e automáticos que podem influenciar processos de recrutamento, promoção e reconhecimento, resultando em oportunidades desiguais para as mulheres.


Mesmo diante de um cenário desestimulante, a participação das mulheres em vagas de tecnologia cresceu 60% entre 2015 e 2020 (de 27,9 mil para 44,5 mil mulheres), como demonstra uma pesquisa realizada pelo CADEG (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Além disso, inúmeras iniciativas e programas têm surgido para ampliar a presença de mulheres nesse universo:


Women Who Code e AnitaB.org: Comunidades globais que conectam mulheres de tech, oferecendo suporte, recursos e oportunidades de desenvolvimento profissional. As organizações promovem workshops, eventos de networking, mentorias e bolsas de estudo para encorajar a participação e o avanço das mulheres no campo da tecnologia.


Laboratória: Organização que atua em vários países da América Latina, oferecendo programas intensivos de treinamento em programação para mulheres de baixa renda, com o objetivo de capacitá-las para carreiras na indústria de tecnologia. Também atua em parceria com empresas para facilitar a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho.


Programaria: Organização que busca incentivar a participação feminina na área de tecnologia por meio de cursos, oficinas e mentorias. Seu objetivo é capacitar e empoderar mulheres para que elas possam ingressar e se destacar no mercado de trabalho em tecnologia.


Meninas Digitais: Iniciativa promovida pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC), tem como objetivo estimular o interesse das estudantes pelas áreas de Computação e Tecnologia da Informação por meio de eventos, palestras e atividades práticas, buscando despertar o interesse e a participação das meninas nessas áreas.


PyLadies: comunidade de mulheres interessadas em Python (uma linguagem de programação), através de encontros, workshops e eventos para incentivar e apoiar o aprendizado de programação por parte das mulheres.


Elas Programam: Organização que oferece cursos, mentorias e eventos para mulheres que desejam aprender programação ou aprimorar suas habilidades técnicas.


As iniciativas acima são incríveis! Para inspirar ainda mais, listamos 8 motivos pelos quais a área de tecnologia é atrativa para as mulheres:

  1. Inovação constante

  2. Aprendizagem contínua

  3. Flexibilidade

  4. Autonomia

  5. Impacto e Transformação

  6. Resolução de Problemas

  7. Boa remuneração

  8. Empreendedorismo



AUTORA: MARCELLE PERSANT






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